A síndrome de burnout tem se tornado um dos maiores desafios da saúde mental no ambiente de trabalho. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), essa condição, classificada como uma doença ocupacional, afeta cerca de 30% dos trabalhadores brasileiros, colocando o Brasil como o segundo país com mais casos registrados, atrás apenas do Japão. O impacto do burnout é significativo, refletindo-se em menor produtividade, afastamentos frequentes e até mesmo aposentadorias precoces.
O que é a Síndrome de Burnout?
A síndrome de burnout é um estado de esgotamento físico, emocional e mental causado pelo estresse crônico no trabalho. Diferente do estresse comum, o burnout compromete a capacidade de resposta ao ambiente profissional, levando a uma sensação constante de exaustão e ineficácia.
Os principais sintomas incluem:
Sensação de esgotamento físico e emocional
Irritabilidade e agressividade
Isolamento social
Mudanças bruscas de humor
Dificuldade de concentração
Falhas de memória
Insônia
Baixa autoestima e pessimismo
Em termos físicos, também podem ocorrer dores de cabeça frequentes, sudorese excessiva, palpitações, aumento da pressão arterial, problemas gastrointestinais e crises de asma.
O burnout está diretamente relacionado a fatores do ambiente de trabalho. Entre as principais causas estão:
Carga excessiva de trabalho: altas demandas sem um equilíbrio adequado entre esforço e recompensa.
Falta de controle: pouca autonomia na tomada de decisões e falta de suporte da gestão.
Ambiente tóxico: cultura organizacional que favorece a competição extrema, cobranças excessivas e falta de reconhecimento.
Falta de equilíbrio entre vida pessoal e profissional: jornadas extensas e alta pressão sem espaço para descanso adequado.
Burnout no Brasil: Um problema crescente
O aumento dos casos de burnout no Brasil tem sido expressivo, especialmente após a pandemia da COVID-19. Entre 2019 e 2023, os afastamentos por burnout cresceram 136%, passando de 178 casos registrados para 421. Ao longo da última década, o número de afastamentos aumentou quase 1.000%.
Entre os fatores que explicam esse crescimento, especialistas destacam:
Maior conscientização: a população tem mais conhecimento sobre transtornos relacionados ao trabalho.
Aumento da pressão organizacional: exigências cada vez maiores no ambiente corporativo.
Diagnóstico mais preciso: antes confundido com outras condições, o burnout agora é mais bem identificado.
O burnout deve ser diagnosticado por profissionais de saúde mental, como psiquiatras e psicólogos. O tratamento pode incluir:
Terapia psicológica: a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é uma das abordagens mais eficazes.
Mudanças no estilo de vida: redução da carga de trabalho, inserção de hábitos saudáveis, como exercícios físicos e práticas de relaxamento.
Uso de medicamentos: em alguns casos, antidepressivos e ansiolíticos podem ser indicados.
Desde 2022, o burnout é reconhecido como doença ocupacional pela OMS. Isso significa que trabalhadores diagnosticados podem ter direito a:
- Licença médica
- Auxílio-doença pelo INSS
- Aposentadoria por invalidez em casos graves
Perguntas Frequentes sobre Burnout
- Tenho receio de relatar meu estado ao RH e sofrer represálias. O que fazer? A melhor opção é procurar ajuda de um profissional de saúde mental antes de relatar sua situação ao RH. Com o laudo médico, é possível encaminhar um pedido de afastamento sem prejuízos.
- O burnout dá direito a afastamento pelo INSS? Sim. Trabalhadores diagnosticados com burnout podem solicitar auxílio-doença ou aposentadoria em casos graves.
- Qual profissional devo procurar? Um psiquiatra ou psicólogo especializado. O tratamento pode incluir terapia, mudanças no estilo de vida e, em alguns casos, medicamentos.
- Como identificar que alguém próximo está sofrendo com burnout? Mudanças no comportamento, irritabilidade, distúrbios do sono, aumento no consumo de estimulantes (café, cigarro, álcool) e desinteresse pelo trabalho são sinais comuns.
O burnout é um problema real e crescente, com impactos profundos na vida pessoal e profissional. O reconhecimento da síndrome como doença ocupacional pela OMS foi um grande avanço, mas ainda há muito a ser feito para garantir ambientes de trabalho mais saudáveis. Se você está enfrentando sinais de burnout, agende sua consulta comigo ou saiba mais como eu posso lhe ajudar . Sua saúde mental importa!