Dr. Diego noleto

Burnout: O esgotamento profissional e sua relação com a saúde mental.

01/04/2025

A síndrome de burnout tem se tornado um dos maiores desafios da saúde mental no ambiente de trabalho. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), essa condição, classificada como uma doença ocupacional, afeta cerca de 30% dos trabalhadores brasileiros, colocando o Brasil como o segundo país com mais casos registrados, atrás apenas do Japão. O impacto do burnout é significativo, refletindo-se em menor produtividade, afastamentos frequentes e até mesmo aposentadorias precoces.

O que é a Síndrome de Burnout?

A síndrome de burnout é um estado de esgotamento físico, emocional e mental causado pelo estresse crônico no trabalho. Diferente do estresse comum, o burnout compromete a capacidade de resposta ao ambiente profissional, levando a uma sensação constante de exaustão e ineficácia.

Os principais sintomas incluem:

Sensação de esgotamento físico e emocional
Irritabilidade e agressividade
Isolamento social
Mudanças bruscas de humor
Dificuldade de concentração
Falhas de memória
Insônia
Baixa autoestima e pessimismo

Em termos físicos, também podem ocorrer dores de cabeça frequentes, sudorese excessiva, palpitações, aumento da pressão arterial, problemas gastrointestinais e crises de asma.

O burnout está diretamente relacionado a fatores do ambiente de trabalho. Entre as principais causas estão:

Carga excessiva de trabalho: altas demandas sem um equilíbrio adequado entre esforço e recompensa.
Falta de controle: pouca autonomia na tomada de decisões e falta de suporte da gestão.
Ambiente tóxico: cultura organizacional que favorece a competição extrema, cobranças excessivas e falta de reconhecimento.
Falta de equilíbrio entre vida pessoal e profissional: jornadas extensas e alta pressão sem espaço para descanso adequado.

Burnout no Brasil: Um problema crescente

O aumento dos casos de burnout no Brasil tem sido expressivo, especialmente após a pandemia da COVID-19. Entre 2019 e 2023, os afastamentos por burnout cresceram 136%, passando de 178 casos registrados para 421. Ao longo da última década, o número de afastamentos aumentou quase 1.000%.

Entre os fatores que explicam esse crescimento, especialistas destacam:

Maior conscientização: a população tem mais conhecimento sobre transtornos relacionados ao trabalho.
Aumento da pressão organizacional: exigências cada vez maiores no ambiente corporativo.
Diagnóstico mais preciso: antes confundido com outras condições, o burnout agora é mais bem identificado.

O burnout deve ser diagnosticado por profissionais de saúde mental, como psiquiatras e psicólogos. O tratamento pode incluir:

Terapia psicológica: a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é uma das abordagens mais eficazes.
Mudanças no estilo de vida: redução da carga de trabalho, inserção de hábitos saudáveis, como exercícios físicos e práticas de relaxamento.
Uso de medicamentos: em alguns casos, antidepressivos e ansiolíticos podem ser indicados.

Desde 2022, o burnout é reconhecido como doença ocupacional pela OMS. Isso significa que trabalhadores diagnosticados podem ter direito a:

  • Licença médica
  • Auxílio-doença pelo INSS
  • Aposentadoria por invalidez em casos graves

Perguntas Frequentes sobre Burnout

  1. Tenho receio de relatar meu estado ao RH e sofrer represálias. O que fazer? A melhor opção é procurar ajuda de um profissional de saúde mental antes de relatar sua situação ao RH. Com o laudo médico, é possível encaminhar um pedido de afastamento sem prejuízos.
  2. O burnout dá direito a afastamento pelo INSS? Sim. Trabalhadores diagnosticados com burnout podem solicitar auxílio-doença ou aposentadoria em casos graves.
  3. Qual profissional devo procurar? Um psiquiatra ou psicólogo especializado. O tratamento pode incluir terapia, mudanças no estilo de vida e, em alguns casos, medicamentos.
  4. Como identificar que alguém próximo está sofrendo com burnout? Mudanças no comportamento, irritabilidade, distúrbios do sono, aumento no consumo de estimulantes (café, cigarro, álcool) e desinteresse pelo trabalho são sinais comuns.

O burnout é um problema real e crescente, com impactos profundos na vida pessoal e profissional. O reconhecimento da síndrome como doença ocupacional pela OMS foi um grande avanço, mas ainda há muito a ser feito para garantir ambientes de trabalho mais saudáveis. Se você está enfrentando sinais de burnout, agende sua consulta comigo ou saiba mais como eu posso lhe ajudar . Sua saúde mental importa!

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